sábado, 29 de dezembro de 2012

A LÓGICA DA REGULAMENTAÇÃO DA ACUPUNTURA E DA MEDICINA NO CONGRESSO NACIONAL

Prof. Sohaku Bastos

Como funciona o nosso Congresso Nacional, poder da Republica que os brasileiros deveriam ter orgulho, mas que tem caminhado por veredas duvidosas ao requerer ''situações especiais'' de tramitação de Projetos de Lei em regime de “urgência”?
O caso dos royalties do petróleo é um desses projetos que está atropelando o rito natural de tramitação, visando favorecer a determinados segmentos políticos. O outro caso emblemático no Congresso Nacional, particularmente no Senado Federal, é o da regulamentação da Medicina no Brasil, projeto de lei que teve origem na Câmara Federal, e que tramitou dentro de uma coerência legislativa aceitável, mas, que agora, no apagar das luzes do ano de 2012, num açodamento jamais visto, alguns senadores, motivados não se sabe o porquê, tentam aprová-lo sem a necessária reflexão sobre os efeitos sociais de tal projeto.

Todo projeto de lei que ao final de cada ano tem sua tramitação acelerada, certamente, tem algo errado e obscuro. Repentinamente, melhor dizendo, desapercebidamente, no apagar das luzes de todos os anos, aparecem essas "urgências" para a aprovação de Projetos de Lei dos mais polêmicos aos mais extravagantes, na maioria das vezes para beneficiar algum grupo ou alguns interesses, longe da opinião pública e de muitos políticos contrários a esse tipo de manipulação do poder legislativo.

Vejam agora o que está acontecendo no Senado Federal com o Projeto de Lei que pretende regulamentar a Medicina no Brasil, conhecido como Projeto do Ato Médico. Durante todo o ano o referido Projeto tramitou dentro de uma coerência administrativa. Porém, no apagar das luzes do ano de 2012, aparecem as manipulações para aprovarem projetos que necessitam de maior discussão no seio da sociedade, pois o POVO, aquele que paga os impostos e elege os membros do legislativo, está "out", ou seja, está alheio às discussões sobre o assunto. O Distrito Federal não foi transferido para a Região Centro-Oeste do país para se transformar em um Bunker, uma fortaleza de poder para beneficiar a alguns poucos e prejudicar a muitos. Longe da opinião pública as coisas acontecem ao sabor dos lobbies e interesses inconfessáveis. Por que tanta pressa e tanto interesse em aprovar um Projeto de Lei que todos sabem ser inconstitucional? Por que a afobação de tramitá-lo de qualquer maneira para deixar a discussão final para a sessão plenária dessa casa de Leis, onde os acordos e conchavos politiqueiros ocorrem nas barbas da imprensa e nada é feito, acarretando futuras demandas judiciais no Supremo Tribunal Federal.

O Projeto de Lei do Ato Médico é tão estapafúrdio que o próprio Conselho Nacional de Saúde do Ministério da Saúde se posiciona contrário. Além disso, todos os segmentos da área da saúde são contra, incluindo os estudantes de medicina. A maioria da classe médica é igualmente contrária ao texto do referido Projeto. Ora, quem então é a favor dessa excrescência e a quem ela favorece? Vamos dissecar este monstrengo?

Inicialmente, faz-se mister indagar o quanto custa ao erário publico centralizar o poder da saúde e quais os beneficiários dessa estratégia. É do conhecimento de todos que o sistema de saúde do Brasil tem dono, e esse poder é fracionado em segmentos como foram criadas por aqui, no século XVI, as capitanias hereditárias. Na atualidade, os donos do poder não são eleitos pelo povo, pois eles estão representados por seus "testas de ferro" para defenderem seus próprios interesses. São eleitos pelo voto direto, porém muitas vezes manipulados a revelia do pobre cidadão. Todos os que defendem os corporativismos, as jogadas políticas, facilitando a falcatrua, agem como verdadeiros estelionatários eleitorais. Irremediavelmente, não há solução em curto prazo para que tenhamos uma representação legislativa isenta e imparcial. Com o amadurecimento da democracia no país será possível atingir esse ideal. Mas, enquanto isso, somos forçados a fiscalizar os atos legislativos para evitar que forças ocultas e lobbies agressivos consigam atingir seus objetivos, na maioria das vezes em prejuízo para a sociedade.

As tramitações dos Projetos de regulamentação da Medicina e da Acupuntura andam em paralelo no Senado Federal. Todavia, o projeto da Acupuntura caminha vagarosamente, sem “urgência” com muitos pedidos de vistas pelos parlamentares quando não, sobrestado. Já o projeto da Medicina tem outro tipo de tratamento e agilidade dentro do Senado, uma vez que muitos senadores e deputados são médicos e são pressionados pelo lobby das entidades da classe médica, sobretudo do Conselho Federal de Medicina. À propósito, quem é que paga esses lobistas? São recursos oriundos da anuidade dos profissionais médicos, ou são recursos de outra origem? Se for assim, que fique clara para os médicos a procedência desses recursos. Quanto aos profissionais de acupuntura, estes sim não têm recursos para bancar lobbies em Brasília, tampouco contam com o apoio da maioria das instituições da área no tocante à captação de recursos para constituir lobbies.

Onde há lobby há corporativismo, onde há corporativismo há manipulação de interesses para se conseguir objetivos quase sempre em detrimento dos interesses sociais. Esses interesses se resumem em duas palavras: poder e lucro. O lucro pode ser financeiro ou político. Porém, o Estado é o responsável, pois não tem exercido o seu legítimo papel de fiscalizador dos movimentos corporativistas, que sem controle tornam-se profundamente deletérios para a sociedade e para a democracia. O Brasil é o país do corporativismo! Por aqui as coisas funcionam muito bem à base dos lobbies e dos interesses corporativistas à luz da opinião pública e dos governos, e fica por isso mesmo. Os próprios governos aceitam esses lobbies, e se fortalecem com eles. Os poderes da República Federativa do Brasil são cortejados pelos segmentos corporativistas em defesa de seus domínios e em defesa de seus membros, mesmo que eles caminhem por vias obscuras. Quando isso vai acabar? Acredito que jamais, enquanto não houver uma transformação radical no sistema político do país, o que significaria lavar a cara e purificar os corações de uma parte significativa dessa gente que é, patologicamente, obcecada pelo poder e insaciável pelo dinheiro. A antiética da política brasileira, na qual se confunde o público com o privado, tem favorecido o conluio de políticos com empresários corruptos. Até mesmo autarquias, entidades sindicais, e outras instituições de interesse público são, eventualmente, flagradas em pleno delito dessa natureza. No caso das corporações profissionais isso também acontece com a mobilização de lobbies para a defesa de seus próprios interesses, alguns dos quais em franco conflito com a ética, com a verdade e com a justiça.

No caso da Medicina, a verdade é que ela tem que ser regulamentada no país, sobretudo para defender a população contra atos médicos inadequados, evitando assim o erro profissional, seja ele por negligência, por imprudência e, sobretudo, por imperícia. O que não é mais aceitável é que nessas circunstâncias projetos de lei venham tentar robustecer as competências do profissional médico em áreas do conhecimento da saúde que ele jamais estudou e que é de competência de outros profissionais. Esse é o xis da questão: competências!

É inimaginável aceitar a tese de que apenas o profissional médico tenha competência para diagnosticar e tratar pacientes com total exclusividade, atropelando as competências dos demais profissionais da área da saúde em pleno século XXI. Absurdos como este só podem ter abrigo em países que estejam submetidos a regimes autoritários ou cuja opinião pública esteja completamente alienada das questões sociais. Infelizmente, nossos políticos sabem disso, mas fingem que estão defendendo o cidadão, incorporando uma posição maniqueísta que se refletirá em um futuro preocupante.

No chamado “jogo democrático tupiniquim” do Congresso Nacional tudo pode acontecer em seus bastidores para que os mais fortes, ou os que tenham mais poder econômico, tirem vantagens de todo tipo. A máquina médico-farmacêutica , em particular, atropela todos os outros interesses, inclusive o social, para fazer valer seus objetivos: o lucro financeiro e o poder político. Essa máquina de poder tentará submeter toda sociedade a um sistema de saúde ineficiente e caro.

As Práticas Integrativas e Complementares em Saúde, instituídas pelo Ministério da Saúde no ano de 2006, foram alvo de críticas e perseguições por parte dos Conselhos de Medicina e de órgãos relacionados a estes, com o objetivo de esvaziar um programa social de excelente qualidade. O fato é que este programa não dava lucro ao segmento médico-farmacêutico do país. A reação do corporativismo foi tanta que o Conselho de Medicina do Rio de Janeiro publicou no Jornal O Globo um anúncio caríssimo com o seguinte título: “Ministério da Saúde faz mal a Saúde”. Absurdos como este, com divulgação nas principais mídias do país, têm induzido a população ao erro de avaliação. A grande massa da população brasileira está completamente alienada dessas questões e é exatamente por isso que essas entidades que possuem certo “crédito social” se aventuram em lançar suas “opiniões” em público, passando-se como vítimas do sistema ou em defesa da sociedade...

Quando a sociedade avoca o Poder Judiciário, no caso o Supremo Tribunal Federal, para se socorrer de desmandos inconstitucionais dos outros poderes da Republica é porque a coisa está feia, a coisa vai muito mal...

 O Governo Brasileiro terá que controlar essas ambições desmedidas dos corporativismos e sancionar leis que realmente sejam em benefício da sociedade, fazendo prevalecer a verdade, a justiça e o bem social. Regulamentar a Acupuntura, sim, porém sem exclusividade. Regulamentar a Medicina, sim, mas sem medicocracia.

terça-feira, 25 de dezembro de 2012

AS ENERGIAS PERVERSAS SEGUNDO A MEDICINA TRADICIONAL CHINESA

As energias perversas, também conhecidas como fatores exógenos, são patógenos relacionados ao meio-ambiente que invadem o corpo humano através da boca, nariz ou da pele devido a sua dificuldade de ajuste às mudanças climáticas normais das estações do ano ou variações anormais do meio-ambiente.
Sendo assim os fatores patogênicos exógenos não são meros coadjuvantes e sim causadores do desequilíbrio yin - yang causando doenças.
São seis as energias perversas, vejamos cada uma.


1ª - VENTO (FENG), é um fator patogênico que ocorre predominantemente na primavera, favorecendo  a ocorrência de patologias relacionadas ao vento patogênico.
As características gerais do vento perverso são,  patologias de natureza yang, dores erráticas, agitação, sudorese, temor ao vento e doenças de evolução rápida.
A prevenção se dá ao evitarmos os seus fenômenos indutores são principalmente a exposição ao vento após a transpiração e dormir em local com correntes de ar.


2ª- FRIO (HAN), ocorre predominantemente no inverno, da mesma maneira que são favorecidas as doenças relacionadas ao frio patogênico.
O frio perverso tem como características gerais provocar doenças que apresentam bloqueio da circulação de qi e sangue, contrações, temor ao frio, calafrios e dores que repuxam.
Devemos prevenir através de cuidados no sentido de evitar seus fatores indutores que são a exposição ao frio e tomar chuva ou vento após a transpiração.


3ª- CANÍCULA (HUO) ou CALOR DO VERÃO (SYU), é uma energia que ocorre predominantemente no verão, assim como favorece as doenças relacionadas ao calor do verão patogênico.
Suas características gerais são, fator patogênico yang, resulta da transmissão do calor e do fogo, apresenta origem única externa, penetra e se espalha no corpo, provoca sudorese, fere os jinye e esgota o qi..
Devemos nos prevenir através de cuidados evitando os seus fenômenos indutores  tais como a exposição prolongada ao sol nos dias quentes ou a permanência por longos períodos em ambiente quente com pouca ventilação.


4ª- UMIDADE (SHI),  é de frequência maior no final do verão, onde ocorre a época das chuvas , que segundo o poeta são as águas de março levando o verão, trazendo as doenças relacionadas à umidade. As características gerais da umidade perversa é ser de natureza yin, pesada e impura, sensação de peso na cabeça e no corpo e entorpecimento.
Seus os fenômenos indutores são o uso de roupas molhadas pela chuva ou transpiração, habitar em locais baixos e úmidos ou exposição freqüente e por período prolongado com água no dia-a-dia, os quais devemos como forma de prevenção.


5ª- SECURA (ZAO), ocorre predominantemente no final do outono quando há pouca umidade no ar, favorecendo as doenças relacionadas à secura perversa.
Fator patogênico está apto a consumir yin liquido, especialmente o yin do pulmão.
Suas características gerais são, consumo de yin líquido, especialmente o yin do pulmão, pele seca, enrugada e rachada, secura na boca e nariz, secura e irritabilidade na garganta e tosse seca.
A prevenção se dá quando nesta época tomamos muita água e mantemos os locais de trabalho e moradia umidificados


6ª- CALOR (RE) e FOGO (HUO)
São fatores patogênicos yang que possuem intensidades diferentes, considerando o fogo é mais grave e o calor mais suave.
Tem como características gerais as manifestações hemorragicas tais como, hematêmese, hemoptise, epistaxe e erupções de pele. Pode provocar infecções de pele e furúnculos.
A prevenção se dá quando evitamos a exposição ao calor extremo por longos períodos.
Conheça mais lendo o livro Fundamentos Essenciais da Acupuntura Chinesa, Editora Icone.   25/08/10

quarta-feira, 28 de novembro de 2012

DEPRESSÃO



Foto: Duvido que essa capa de Veja receba metade, um quarto, um décimo das críticas dedicadas a várias outras edições da revista, especialmente quando ela se põe a denunciar e atacar (com um conceito bem próprio de "jornalismo", claro) pessoas e grupos ligados aos atuais detentores do poder. Mas para mim essa capa é bem mais perniciosa, rasteira e traiçoeira do que as "denúncias" de Marcos Valério ou as cretinices sobre o "novo momento" na luta contra a corrupção no Brasil. Essa capa é perigosa porque mente sobre o mundo todo em que a gente vive - um mundo que potencializa psicopatias ao grau epidemia e que, em seguida, descobre algum fármaco capaz de nos "curar" da doença que ele próprio cria e dissemina. 

Depressão não é gripe, não é virose, algo que se pega ao acaso e que se pode curar com remédio, cama e repouso. Depressão é o aspecto mais visível de um mundo doente, desumano, desumanizado e desumanizador - um mundo onde a gente tem tarefas, tem metas, precisa correr incansavelmente contra o tempo, mas onde a gente não se enxerga no nosso irmão e onde tudo se mostra esvaziado de significado. Um mundo onde o outro é uma ferramenta, onde eu próprio sou uma ferramenta, onde eu devo sempre me afastar do outro e onde se exige do ser humano, esse animal social por natureza, que coloque a si mesmo não apenas como centro, mas como norte de todas as coisas. Onde a solidão é denominador comum e eu tenho que encher a boca para dizer que eu sou mais eu. Onde tiraram do homem tudo que era chão, tudo que era significado, e substituíram por coisa alguma. Um mundo repleto de estímulos e carente de amor.

Depressão existe há muito tempo, claro. Mas é a epidemia da nossa época. E pretender curar a depressão com uma pílula (e ilustrar isso na capa de revista como algo positivo, uma grande conquista) é promover a continuidade da moléstia e mais, incentivar que ela se multiplique e se torne ainda mais esmagadora e cruel. É incentivar que nos tornemos dependentes de mais uma bengala, de mais um processo químico que alivie a dor da existência insuportável em um mundo cada vez mais insuportável. Isso sem contar que a Veja não teve a ideia da brilhante capa por altruísmo ou qualquer coisa assim: certamente o faz em nome da saúde de seu departamento comercial, já que o comprimido é feito por um laboratório e o laboratório investe grana em publicidade para seus produtos - que nunca curam, apenas promovem um "tratamento" perpétuo. Ou o Prozac curou multidões por aí e só eu não vi?

Cura da depressão? Só mudando bastante coisa no mundo em que a gente vive. Boa parte de suas lógicas, inclusive Botando bem mais afeto e bem menos sucesso na fórmula, por ex. Mas aí ninguém quer, claro - ninguém vai fazer capa dizendo "Bem-sucedidos e infelizes: a epidemia global da depressão" ou qualquer coisa do tipo. Vamos apostar no comprimido, pessoal. Afinal, cada um com sua divindade, não é?  

Por isso eu digo: muitas capas da Veja me irritam. De outras, eu só dou risada. Mas essa sim, me deixa muito, muito revoltado. De verdade.
Fórum sobre Medicalização da Educação e da Sociedade
Duvido que essa capa de Veja receba metade, um quarto, um décimo das críticas dedicadas a várias outras edições da revista, especialmente quando ela se põe a denunciar e atacar (com um conceito bem próprio de "jornalismo", claro) pessoas e 

grupos ligados aos atuais detentores do poder. Mas para mim essa capa é bem mais perniciosa, rasteira e traiçoeira do que as "denúncias" de Marcos Valério ou as cretinices sobre o "novo momento" na luta contra a corrupção no Brasil. Essa capa é perigosa porque mente sobre o mundo todo em que a gente vive - um mundo que potencializa psicopatias ao grau epidemia e que, em seguida, descobre algum fármaco capaz de nos "curar" da doença que ele próprio cria e dissemina.

Depressão não é gripe, não é virose, algo que se pega ao acaso e que se pode curar com remédio, cama e repouso. Depressão é o aspecto mais visível de um mundo doente, desumano, desumanizado e desumanizador - um mundo onde a gente tem tarefas, tem metas, precisa correr incansavelmente contra o tempo, mas onde a gente não se enxerga no nosso irmão e onde tudo se mostra esvaziado de significado. Um mundo onde o outro é uma ferramenta, onde eu próprio sou uma ferramenta, onde eu devo sempre me afastar do outro e onde se exige do ser humano, esse animal social por natureza, que coloque a si mesmo não apenas como centro, mas como norte de todas as coisas. Onde a solidão é denominador comum e eu tenho que encher a boca para dizer que eu sou mais eu. Onde tiraram do homem tudo que era chão, tudo que era significado, e substituíram por coisa alguma. Um mundo repleto de estímulos e carente de amor.

Depressão existe há muito tempo, claro. Mas é a epidemia da nossa época. E pretender curar a depressão com uma pílula (e ilustrar isso na capa de revista como algo positivo, uma grande conquista) é promover a continuidade da moléstia e mais, incentivar que ela se multiplique e se torne ainda mais esmagadora e cruel. É incentivar que nos tornemos dependentes de mais uma bengala, de mais um processo químico que alivie a dor da existência insuportável em um mundo cada vez mais insuportável. Isso sem contar que a Veja não teve a ideia da brilhante capa por altruísmo ou qualquer coisa assim: certamente o faz em nome da saúde de seu departamento comercial, já que o comprimido é feito por um laboratório e o laboratório investe grana em publicidade para seus produtos - que nunca curam, apenas promovem um "tratamento" perpétuo. Ou o Prozac curou multidões por aí e só eu não vi?

Cura da depressão? Só mudando bastante coisa no mundo em que a gente vive. Boa parte de suas lógicas, inclusive Botando bem mais afeto e bem menos sucesso na fórmula, por ex. Mas aí ninguém quer, claro - ninguém vai fazer capa dizendo "Bem-sucedidos e infelizes: a epidemia global da depressão" ou qualquer coisa do tipo. Vamos apostar no comprimido, pessoal. Afinal, cada um com sua divindade, não é?

Por isso eu digo: muitas capas da Veja me irritam. De outras, eu só dou risada. Mas essa sim, me deixa muito, muito revoltado. De verdade.

sexta-feira, 22 de junho de 2012

Conheçam o Grupo OcupABP no facebook


Descrição enviada pelo ativista histórico Geraldo Peixoto
Este grupo – OcupABP – foi criado sob a proposta de algo novo, subversivo e ... até revolucionário! Os movimentos Occupy tem muita validade e abrem um leque muito mais amplo, permitindo a participação de toda a militância, de todo o movimento, porque afinal, a Associação Brasileira de Psiquiatria, a ABP, não diz respeito somente aos psiquiatras, ao contrário, diz respeito a nós todos, principalmente a nós, usuários e familiares, aos que são próximos e aos que são profundamente envolvidos nessas questões da loucura, da psicose, da doença mental, etc. Esta proposta assusta, assusta não só o nosso lado, mas, principalmente, o lado da ABP. Por trás disso ronda a crise do capitalismo internacional, inclusive com a descomunal força econômica dos laboratórios e com a proximidade entre esses impé...rios econômicos e a psiquiatria em todo o mundo. Sabemos também, que estaremos mexendo num vespeiro. Que fique bem claro que, não pretendemos destruir nada! Estamos apenas reagindo a essa estrutura fossilizada existente dentro da ABP. Nossa reforma psiquiátrica é sem dúvida, passível de crítica, porém, não a essa crítica com que a ABP tem-se posicionado, crítica corporativista e até raivosa. Não temos nenhuma palavra de ordem, o que devemos é: OCUPAR A ABP e isso não é uma palavra de ordem, deverá ser o nosso objetivo. Não nos mete medo esse embate, queremos discutir!
OBJETIVOS DESTE GRUPO: colaboração de todos com a publicação de artigos, reportagens, fotos, vídeos etc.
Geraldo/Dulce
É só clicar no link abaixo:
https://www.facebook.com/groups/321328274618421/
 

quinta-feira, 21 de junho de 2012

LUZ

Caçado pela policia, desprezado pela Justiça,
Jogado a própria sorte, das leis que governa o homem!
Daqueles que nada possui!
O que eu posso fazer? Sentar e lamentar?
Eles dizem que sim! Sabem jogar a sujeira debaixo do tapete,
Eu conheço este caminho, que os cegos tentam nos guiar!
Quando eu andava iluminado pela LUZ,
As minhas pedras se queimavam,
Debaixo dos olhos bonitos de quem me observa,
Reprimem e me culpam me escondem e nunca é visto!
Quando o sino toca eu ouço os barulhos das ruas de pedras,
Que eu ando e às vezes tropeço!
Eu andei voando e vi como a cidade esta limpa,
Para gringos ver na copa das tuas mansões!
Onde eu estava mesmo? Aos quatros ventos batidos?
O que eu posso fazer? Sou só um homem com uma guitarra nas mãos!
Tudo bem eu volto pra rua amém!
E da minha cama que é de jornal, eu leio a manchete,
A cidade esta higienizada! Amém?
20/junho/2012    Marcelo Melinsky De Morais.

segunda-feira, 11 de junho de 2012

DIA DE LUTO NA FUNDAÇÃO CASA

A quarta-feira foi de luto nas 182 unidades da Fundação CASA. Mobilizados, os profissionais de psicologia da instituição se vestiram de preto e instituíram o dia 6 de junho como o Dia do Luto pelo Não Cumprimento do Acordo da Jornada das 30 horas. Juntos, os psicólogos foram às ruas reivindicar a jornada de 30 horas semanais, votada e aprovada dia 24/3, em assembleia do Sindicato dos Trabalhadores em Entidades de Assistência e Educação à criança e ao Adolescente e à Família do Estado de São Paulo (SINTRAEMFA), e sem implementação até agora.

quinta-feira, 12 de abril de 2012

PALESTRA ORGANIZADA PELO D.A. PSICOLOGIA TRANSFORMAR


 "Políticas Públicas em Saúde Mental, a Atenção Psicossocial e o Tratamento Humanizado" foi o tema debatido com cerca de 200 estudantes na UNISA. Parabéns aos organizadores, professores e participantes. Colocamos em pauta a redução de danos, internação compulsória, atenção psicossocial e organização de serviços de saúde.  

quarta-feira, 14 de março de 2012

POR UM TRATAMENTO HUMANIZADO EM SAÚDE MENTAL

Defendendo a implantação ‘de fato’ da Reforma Psiquiátrica aprovada no Brasil em 2001, o professor e deputado Carlos Giannazi, em conjunto com o psicólogo Rafael Marmo — ex-diretor do CAPS de Santo Amaro, sanitarista e ativista dos movimentos populares de Saúde e Educação — , organizou a pedido da Frente Estadual Antimanicomial na ALESP, no dia 08 de março, uma audiência pública para tratar deste e de outros temas relacionados à defesa e aplicação, pelo poder público, de uma política de saúde mental humanizada.
“Lutamos pela dignidade no atendimento no sistema de Saúde para que as pessoas com transtornos mentais e emocionais sejam atendidas de uma forma humana, solidária e com respeito a sua cidadania”, argumentou Giannazi, reafirmando seu empenho em criar, na Casa, uma Frente Parlamentar Antimanicomial com o apoio de outros deputados e dos ativistas que defendem a proposta.
Rafael Marmo fez uma contundente referência à falta de sensibilidade, de ação e de planejamento da prefeitura da capital no tocante ao tratamento dos dependentes de álcool e drogas. “Temos somente 21 Centros de Apoio Psicossocial (CAPS) na cidade inteira para atender quem faz uso abusivo de álcool e drogas, o que representa a metade do que preconiza a OMS para uma população de mais de 10 milhões de pessoas. Além disso, não há nenhum leito público de desintoxicação para atendimento deste usuário”, revelou, acrescentando a importância da luta antimanicomial. Marmo criticou a política higienista das autoridades e a desarticulada e inapropriada operação realizada na Cracolândia, região central da capital. Nessa linha, Giannazi denunciou o desmonte do serviço público de saúde em favor do interesse das Organizações Sociais e disse que é importante que o tema da saúde mental ocupe a pauta da Assembleia Legislativa.
Participaram do encontro os deputados estaduais Adriano Diogo e Marcos Martins (PT), o professor Paulo Amarante, da Fundação Osvaldo Cruz (RJ), o professor e psicanalista Antonio Lancetti, além de usuários, movimentos e entidades como o Fórum Popular de Saúde Mental do Grande ABC, a Associação dos Assistentes Sociais e Psicólogos do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo (AASPTJ-SP), o Fórum da Luta Antimanicomial de Sorocaba (FLAMAS), Centros de Atenção Psicossocial (CAPS), ONGs e usuários dos serviços de saúde mental de Campinas, Sorocaba, São Bernardo do Campo, Araras e Presidente Prudente, além de Belo Horizonte (MG).

domingo, 19 de fevereiro de 2012

HORIZONTE

                                                                                                                
As portas já não fecham nada,
As janelas não tapam horizontes,
A tv virou uma peça de arte,
O fogão um tele-transporte do futuro,
A geladeira um caixão primitivo,
A moto um cavalo sem alma,

Tudo ficou estranho sem você

O sol derrete em suor,
As nuvens trazem mensagens,
No horizonte meus olhos se fecham,
Os ventos são ondas eletromagnéticas,

Tudo ficou estranho sem você

A grande sala volta a sua paz,
Depois de caminhar em silêncio,
A terra preciza de sangue,
E eu de você,

Pois tudo ficou estranho sem você

Na solidão pulei dentro do espelho,
Existem coisas interessantes lá dentro,
Dias monótonos, curtas semanas,
A algo que cobre a realidade,

Atravessei a cidade acordado,
Atravessei o outro lado da noite.

Marcelo Melinsky de Morais

segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012

TUIM PARTE 2

Tantos fatos ao mesmo tempo, que eu não podia julgar,
A vida é muito curta, e não há tempo a esperar,
Que um dia a sorte chegue pra poder me ajudar,
A curtir minha conquista antes do meu fim chegar.

E o medo que eu tinha de não ter coragem,
Fugindo da realidade, eu encontrei uma falsa amizade
Não era alegria, era só euforia para a festa começar.
A minha familia adoecia enquanto eu enlouquecia.

E fazendo a mesma coisa cometia os mesmos erros
E a cada dia era um novo pesadelo dividido em partes.

Hojé eu quero parar mais não sei onde está o problema,
Estou na loucura viajando nas ruas eu sei,
me desprendi, me perdi mais não sei sair deste esquema,
Quero mais,
Quero mais,
Quero mais,
Crack.

Marcelo Melinsky de Morais

domingo, 12 de fevereiro de 2012

TUIM, DE MARCELO MELINSKY DE MORAIS

Muda o artista, a história é a mesma,Vira a noite na correria,
Nada mais satisfazia,
Dor nos ossos para anestesiar a alma.

Na hora do tuim a eternidade dura 5 minutos,
Cai o noia a sonhar, sonhar e acordar,
Com o que sobrou do tuim.

Sem saber se é demais,
Se droga até quase morrer.
De hospício em hospício tenta viver.

Sofrimento perigoso em breve chegara,
Sem julgar você vera,
Se é pouca sorte, ou muito azar

Julho de 2006.