domingo, 19 de fevereiro de 2012

HORIZONTE

                                                                                                                
As portas já não fecham nada,
As janelas não tapam horizontes,
A tv virou uma peça de arte,
O fogão um tele-transporte do futuro,
A geladeira um caixão primitivo,
A moto um cavalo sem alma,

Tudo ficou estranho sem você

O sol derrete em suor,
As nuvens trazem mensagens,
No horizonte meus olhos se fecham,
Os ventos são ondas eletromagnéticas,

Tudo ficou estranho sem você

A grande sala volta a sua paz,
Depois de caminhar em silêncio,
A terra preciza de sangue,
E eu de você,

Pois tudo ficou estranho sem você

Na solidão pulei dentro do espelho,
Existem coisas interessantes lá dentro,
Dias monótonos, curtas semanas,
A algo que cobre a realidade,

Atravessei a cidade acordado,
Atravessei o outro lado da noite.

Marcelo Melinsky de Morais

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