sexta-feira, 1 de março de 2013

DRª NISE DA SILVEIRA


Minha homenagem a grande Psiquiatra brasileira Nise da Silveira como um ícone da luta pela igualdade de gênero no Brasil e de direitos humanos no tratamento de pessoas com transtornos psíquicos.

Nise e um co-terapeuta
Nise nasceu em 15 de fevereiro de 1905 em Maceio, Alagoas, numa época que o estudo de Medicina por mulheres era praticamente nulo, cursou na Faculdade de Medicina da Bahia, sendo a única entre 157 homens, graduou-se em 1926.
Resolveu especializar-se em psiquiatria, outra ousadia, e daí por diante aprovada em um concurso público, começou sua carreira no Hospital Psiquiátrico da Praia Vermelha no Rio de Janeiro em 1933.
Discípula de Carl Jung e desde 1944 no Centro Psiquiátrico Nacional Pedro II, inaugurou a seção de Terapia Ocupacional (T.O.) do hospital em 1946, no lugar de colocar seus pacientes em tarefas de limpeza e manutenção como era praxe em T.O., criou ateliês com proposta de trabalhos em pintura e modelagem, tendo como objetivo reatar seus vínculos com a realidade através da expressão simbólica e da criatividade.
Foi um passo muito importante para a criação de um novo paradigma no tratamento de pessoas com transtornos psíquicos, no auge do eletrochoque, insulinoterapia, lobotomia e demais tratamentos biológicos que no futuro foram percebidos como contrários aos direitos e dignidade humanas e que Nise não aceitava praticar.
No lugar de cirurgias e choque elétricos no cérebro, ofereceu pincéis, argila, tintas, quadros aos esquizofrênicos e demais usuários do hospital. Mais adiante em 1952 fundou o Museu de Imagens do Inconsciente no Rio de Janeiro e um Centro de Estudos e Pesquisas destinado a preservação dos trabalhos elaborados pelos usuários dos ateliês de pintura e modelagem
Nise foi pioneira também no trabalho de pesquisa das relações e laços afetivos entre pessoas e animais no tratamento de transtornos psíquicos, chamava-os de co-terapeutas, e teve que enfrentar seus opositores que envenenavam os seus auxiliares gatos no hospital.
Em 1956 funda a Casa das Palmeiras, uma clínica voltada para a reabilitação de antigos usuários de instituições psiquiátricas.
Faleceu em 30 de outubro de 1999, na cidade do Rio de Janeiro, deixando um grande legado à saúde mental no Brasil.
Drª Nise da Silveira é um grande exemplo de garra e luta na emancipação das mulheres, um veículo de cidadania e dignidade aos usuários de serviços de saúde mental e um referencial aos profissionais. 04/03/11.

2 comentários:

  1. Boa lembrança Rafael. Você conhece o livro dela intitulado "Gatos a emoção de lidar" ? Se não, vale a pena conferir, abraços. Fernanda Faria

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    1. Obrigado pela dica Fernanda, vou procurar o livro e depois posso incluir na postagem também

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