quinta-feira, 14 de novembro de 2013

MEDICALIZAÇÃO DOS PROBLEMAS SOCIAIS E DA EDUCAÇÃO

Chega às crianças e adolescentes a transformação de problemas sociais e educacionais em doenças, com o objetivo de individualizar questões coletivas, controlar e silenciar a sociedade.
Van Gogh
Há algum tempo a biologização de questões psicológicas, são divulgadas como verdades científicas, resultando em intervenções invasivas nos indivíduos. Exemplo disso são o recorde de venda de medicações, especialmente as psicoativas.
A lógica biologizante leva a população a acreditar que o ser humano não passa de uma máquina, e basta trocar peças ou utilizar uma medicação que faça funcionar melhor as engrenagens e tudo ficará bem. Temos até a pílula da felicidade.
Relações familiares muitas vezes comprometidas com conflitos, dificuldade em assunção e adjudicação de funções de pai, mãe e filho, problemas em compatibilizar trabalho, lazer e vida familiar e questões sociais graves referentes a moradia, trabalho, saneamento,lazer e cultura, são individualizadas nos adultos através de patologias como ansiedades, medos, depressões, crises de pânico e insônia, com a proposta de serem controladas através de medicações psicoativas ao invés de luta pelos direitos básicos do homem.
Em relação educação, as vítimas da patologização de questões sociais comunitárias são as crianças e os adolescentes?
Salas de aulas lotadas, escolas com instalações em condições precárias, professores sem a devida valorização e motivação. Politicas educacionais voltadas a produtividade e massificação no lugar de uma pedagogia libertadora são questões reduzidas a patologias individuais denominadas como problemas de aprendizagem.
Pseudodoenças como "Transtorno de Deficit de Atenção e Hiperatividade" ou "Dislexia", com prevalência de até 15% da população estudantil, passível de tratamento medicamentoso, mesmo na mais tenra idade e nos primeiros anos de escola.
Quem ganha com isso?
Van Gogh
Precisamos discutir políticas públicas na área de educação, reinvidincar ensino público de qualidade e não setenciar nossos filhos com diagnósticos e prognósticos, vamos garantir a singularidade de nossas crianças e adolescentes, para que tenham um futuro de sucesso e uma vida criativa.
Pais, profissionais de saúde e educação, conselhos profissionais, sindicatos, políticos, vários movimentos populares e pessoas físicas estão preocupados com esta situação, organizados no Fórum sobre Medicalização da Educação e da Sociedade, participe também.
Você pode conseguir maiores informações no site do CRPSP abaixo;
http://www.crpsp.org.br/portal/boletim/
Aproveite para assinar o Manifesto de Lançamento do "Fórum sobre a Medicalização da Educação e da Sociedade".
Para aprofundar a discussão leia:
Medicalização de Crianças e Adolescentes "conflitos silenciados pela redução de questões sociais a doenças de indivíduos" Conselho Regional de Psicologia SP - Editora Casa do Psicólogo.
Leia também: A Depressão e a Medicina Tradicional Chinesa em http://rafaelmarmo.blogspot.com.br/2011/01/depressao-e-medicina-tradicional.html#links
e o Girassol e o nosso Sol Interior em  http://rafaelmarmo.blogspot.com.br/2009/07/o-girassol-e-o-nosso-sol-interior.html#links

2 comentários:

  1. Olá, Rafael Marmo, obrigado.

    Essa questão da medicalização do social beira o absurdo nessa sociedade, pois já alcançou status de mercantilização e de corporativismo.

    Precisamos denunciar isso com todos os nossos argumentos porque temos uma responsabilidade social perante esse fenômeno..

    Nosso papel é influir para que a saúde pública tenha melhor qualidade.

    Parabéns e estamos juntos.

    Esteja à vontade para outras trocas de informações.

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  2. Marcelo,
    Sempre que tiver informações estarei postando, amelhor forma de reação e denunciando, se você quiser utilizar o blog esteja a vontade,
    Um abraço,
    Rafael

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