domingo, 17 de janeiro de 2010

A SAGA DAS MÃES HAITIANAS

A globalização do descaso com as pessoas mais pobres bate à nossa porta.
Como pode pessoas habitarem as encostas de morros, lugares sabidamente perigosos como em Angra dos Reis, moradias em região de várzea dos rios como em Jardim Romano na capital paulista, casas sobre esgoto com visitas diárias de insetos e ratos, outros vivendo nas ruas, crianças, adolescentes e idosos morrendo de fome, doenças e de frio no inverno.
Ano após ano nos deparamos com calamidades e sofremos com o descaramento dos homens públicos dizendo que os culpados são ou as próprias vítimas que invadem lugares indevidamente, com se alguém tivesse prazer em viver pendurado nos morros, em lugares alagados, no meio do esgoto e lixo ou de Deus que manda muita chuva, como se a chuva fosse um fenômeno sobrenatural e incomum.
O problema habitacional no Brasil é muito grave, e tem sido relegado ao segundo plano tal como as questões de saúde, educação entre outras.
Eu não quero deixar de lado os problemas brasileiros, porém o que vivenciamos no Haiti é alguma coisa descomunal.
O Haiti foi abandonado à sua própria sorte pela chamada comunidade internacional, e como se não bastasse, sofreu este terremoto de dimensões catastróficas.
Um país menor que muitas cidades brasileiras e do mundo, totalmente abandonado, sem infra-estrutura, região sabidamente com possibilidade de terremotos sem alguma construção que possa suportar uma leve brisa, nem hospital ou escola à prova de tremores.
Os nossos irmãos Haitianos fazem festa quando veem água potavél, as crianças se alimentam de biscoitos feitos de barro e margarina entre outras indignades.
Eu não quero citar o outro lado do mundo, para não demonizar ninguém. Falar de castelos, prédios mais altos do mundo, torneiras de ouro, hotéis com mil estrelas, o poder político, armamentista e econômico. Aliás seria chover no molhado.
O que me deixa feliz é o fato de observar que a população é solidária, e rapidamente se mobiliza para ajudar, dar sua contribuição e carinho. No ano passado, aqui mesmo no Brasil, pediram para pararem as contribuições de Santa Catarina porque não havia mais lugar de estocagem e falta de logística para distribuição. O complicador está na minoria mesquinha e arrogante que está sendo varrida da vida pública, mesmo que lentamente e ainda não foi possivél evitar tais situações.
Eu gostaria de saudar a Dra Zilda Arns, pelo seu trabalho maravilhoso e que seu legado seja de muito sucesso.
Porém as minhas maiores saudações vão para as MÃES HAITIANAS, que além de sofrerem com fome, ao relento, sem esgoto e água potavel, sem segurança correndo o risco de serem mortas e estupradas, ainda recebem como missão a escolha de qual de seus filhos deve ser deixado sem comida, por falta absoluta de alimentação e descaso mundial, para proteger os outros e que pelo menos algum sobreviva. MUITA LUZ PARA AS MÃES HAITIANAS.

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