domingo, 1 de setembro de 2013

A SAÚDE MULTIPROFISSIONAL E OS MÉDICOS CUBANOS

Considerações importantes a respeito da medicina cubana devem ser feitas antes de qualquer conclusão.
Há mais de 30 mil médicos cubanos trabalhando em 69 países da América Latina, da África, da Ásia e da Oceania, cuidando de populações que falam inglês, francês, português e dialetos locais. No Haiti, onde a população fala francês e o dialeto creole, há 1.200 médicos cubanos.
Os médicos cubanos se formam após seis anos de graduação, um de internato, e mais três ou quatro anos de especialização.
Dos quatro mil médicos que vêm para o Brasil, todos têm especialização em medicina de família, 42% já trabalharam em pelo menos dois países e 84% têm mais de 16 anos de atividade. Grande parte já atuou em países de língua portuguesa, na África e em Timor-Leste.
Os generalistas, que atendem no sistema Médico da Família (um médico e um enfermeiro para 150 a 200 famílias, e que moram na comunidade que atendem) são preparados para atuar em clínica geral, pediatria, ginecologia-obstetrícia e fazer pequenas cirurgias.
O sistema de saúde brasileiro tem uma perspectiva biologista, e medicocêntrica, e  essa é a justificativa  do ato médico, que referenda o modelo da biologização humana, no qual o ser humano se constitui um conjunto de aparelhos, digestivo, circulatório, muscular e outros, desconsiderando que o ser humano está além de seus aspectos biológicos, possuindo também os sociais, psicológicos e espirituais com suas nuances e singularidades.
As profissões de saúde defendem a integralidade na oferta dos serviços de saúde, um dos princípios dos SUS, que considera a pessoa na sua totalidade, e entendem que as relações profissionais devam ser horizontalizadas, isto é, ocorram no mesmo nível sem hierarquização.
Em nome da ciência, da qual se apropriam, alguns setores da medicina brasileira tentam desprestigiar profissões, tais como: Psicologia, Terapia-Ocupacional, Fisioterapia, Fonoaudiologia, Enfermagem, Nutrição, optometria entre outras da área da saúde; e a Acupuntura e Fitoterapia multiprofissional, a Radiestesia, a Massoterapia, as Práticas Corporais e a Terapia Comunitária das terapias naturais, buscando colocá-las como subordinadas ao médico. O serviço Social é um capítulo à parte, porque muitas vezes sequer faz parte das equipes de saúde. Nesse cenário é impossível fazer valer a Integralidade.
Tal monopólio, objetiva reserva de mercado e subserviência de profissionais aos médicos, como se para formação somente eles tivessem que estudar e se preparar. É impressionante estarmos no século 21, e darmos de frente com tal iniciativa antidemocrática e retrógrada, o que pelo contrário em Cuba a interdisciplinaridade é alimentada.
A integralidade, um dos princípios mais importantes do SUS, defende como objeto de trabalho a atuação nos diversos aspectos da vida humana, a qual os profissionais médicos vindos de Cuba estão capacitados.
Somos portanto a favor da inclusão dos médicos cubanos no sistema de saúde brasileiro pois juntos, todos profissionais de saúde, poderemos avançar em direção a um modelo interdisciplinar com horizontalidade nas relações profissionais e uma prática profissional democrática e humanista que busca atingir a melhoria das condições de vida da população.

2 comentários:

  1. Conhecemos o seu trabalho e apoiamos a nobre causa.

    Parabéns e força nesta batalha.

    Presisamos contar para o povo, o que significa a palavra: SAÚDE, segundo a Organização Mundial de Saúde, porque muitos ainda pensam que é só a ausência de doenças.
    Acumpuntura tem que ser mais difundida e praticada, pelas maravilhas na saúde de muitas pessoas.

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    1. Obrigado pelo apoio e estímulo. Estamos nos empenhando para difundir a Acupuntura Multiprofissional para a população. Precisamos contar com a colaboração de todos na divulgação do nosso trabalho. Um abraço

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