quarta-feira, 14 de março de 2012

POR UM TRATAMENTO HUMANIZADO EM SAÚDE MENTAL

Defendendo a implantação ‘de fato’ da Reforma Psiquiátrica aprovada no Brasil em 2001, o professor e deputado Carlos Giannazi, em conjunto com o psicólogo Rafael Marmo — ex-diretor do CAPS de Santo Amaro, sanitarista e ativista dos movimentos populares de Saúde e Educação — , organizou a pedido da Frente Estadual Antimanicomial na ALESP, no dia 08 de março, uma audiência pública para tratar deste e de outros temas relacionados à defesa e aplicação, pelo poder público, de uma política de saúde mental humanizada.
“Lutamos pela dignidade no atendimento no sistema de Saúde para que as pessoas com transtornos mentais e emocionais sejam atendidas de uma forma humana, solidária e com respeito a sua cidadania”, argumentou Giannazi, reafirmando seu empenho em criar, na Casa, uma Frente Parlamentar Antimanicomial com o apoio de outros deputados e dos ativistas que defendem a proposta.
Rafael Marmo fez uma contundente referência à falta de sensibilidade, de ação e de planejamento da prefeitura da capital no tocante ao tratamento dos dependentes de álcool e drogas. “Temos somente 21 Centros de Apoio Psicossocial (CAPS) na cidade inteira para atender quem faz uso abusivo de álcool e drogas, o que representa a metade do que preconiza a OMS para uma população de mais de 10 milhões de pessoas. Além disso, não há nenhum leito público de desintoxicação para atendimento deste usuário”, revelou, acrescentando a importância da luta antimanicomial. Marmo criticou a política higienista das autoridades e a desarticulada e inapropriada operação realizada na Cracolândia, região central da capital. Nessa linha, Giannazi denunciou o desmonte do serviço público de saúde em favor do interesse das Organizações Sociais e disse que é importante que o tema da saúde mental ocupe a pauta da Assembleia Legislativa.
Participaram do encontro os deputados estaduais Adriano Diogo e Marcos Martins (PT), o professor Paulo Amarante, da Fundação Osvaldo Cruz (RJ), o professor e psicanalista Antonio Lancetti, além de usuários, movimentos e entidades como o Fórum Popular de Saúde Mental do Grande ABC, a Associação dos Assistentes Sociais e Psicólogos do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo (AASPTJ-SP), o Fórum da Luta Antimanicomial de Sorocaba (FLAMAS), Centros de Atenção Psicossocial (CAPS), ONGs e usuários dos serviços de saúde mental de Campinas, Sorocaba, São Bernardo do Campo, Araras e Presidente Prudente, além de Belo Horizonte (MG).